segunda-feira, 7 de junho de 2010

O NASCIMENTO DO AMOR

(jun/2010)


Quando os olhos não mais puderem esconder
O “impulso vital” que os lançam a se encararem
E se nenhuma outra qualquer imensidade
For mais incrível e linda que os que buscam ter.

Se os sonhos, no íntimo na noite não mais habitarem
E, no repentino das horas se transformarem em gritos
De horror do espanto de tanto bem a nós devolvidos
Arder e consumir-nos em fogo bom a perturbarem

Direi eu que é amor, do mais puro e natural amor
Que brilham os sorrisos sem porquês nem vez
Que inundam pensamentos de beleza e ardor

Dirás a mim que também há de ser amor, sereno amor
Que se (re)cria no bailar e no pulsar das sensações
Que se renova no doce estranho encontro de nós dois.

TRÊS POEMA PARA FLÁVIA


I
Como se eu supusesse mil fronteiras
Den´de mim
E pelos arredores de onde não sou
Encontrasse um sol
Que dentre tantos sóis me iluminou
Surgisse só você.

Como se dos estilhaços de espanto
De caminhos aonde nem vou
Me arrebatasse com tamanho ardor,
E eu me visse mais contente
Por vê-la próxima a meus lábios
E sentir seu sabor...

Como nada mais houvesse além de ti
(Sobre mim)
e no sem fim além de mim
uma voz que me dissesse que é minha
a me consumir e eu sumir em ti
sentir que não houvesse mais fim
e te ver sorrir

e, no avesso das horas em que não estás
restasse só vazios cheios de sonhos
lembranças de saudades em que me ponho
sentimentos que nem sei se mereço
já que teu sorriso me é meu melhor endereço



II

Seus olhos tristes
quando me sobrepoem
mostram-me o mistério


de minha aversão,
e ardo.


Já não há mais aversão!


Uma aliança, em ti, em nós

enlaça

o doce contemplar do outro
quando me abraça
resguardando as solidões
na imensidão de sermos dois


Meus olhos tristes
quando lhe arrebata
unge de vida seu corpo nu


e (d)esta comunhão

(re)nasça.




III

Seus olhos tristes
Falam coisas
Que me calam
E me encantam
De total exatidão
Que nem mesmo
O turbilhão que em mim se faz
Reconhece essa mudez
Cruel e linda de teu olhar

Seus olhos tristes
Me sossegam
E me serenam
Feitos prece muda
Simples, ao luar
Que em face do encanto
De teu olhar a me encantar
Me desloca dum horizonte
A me habitar

Que me arvora feito onda a me molhar
Feito vento forte a destelhar
Minha defesas, minhas fraquezas
E a me mostrar o que há de melhor em mim
Pra te dar

Seus olhos tristes, de tão tristes, podem alegrar.

ESTOU CONTENTE OUTRA VEZ

Para Flávia

“Estou contente outra vez...”
Caio Fernando de Abreu


Estou contente outra vez
Outra vez estou contente
Outra vez
Estou
Estou contente outra vez
Estou contente
Outra vez
Contente
Outra vez estou contente
Estou contente
Estou contente outra vez
Outra vez estou contente

Estou contente por gostar de você