cavo uma cova
e enterro-me
encantado de amor e sonho.
risonha é a dor que
nos amortece a queda
de existirmos e sermos sós.
lindos mesmos são os cavalos-marinhos
que nadam com uns seus alguns
e eu, que sem alguns de mim
vivo, sou risonho!
se há flores e moscas por toda parte
se a maré sempre enche ao findar da tarde
o que impera sobre meu amor risonho?
terça-feira, 12 de julho de 2011
PRECE AO MEU POVO
brotei-me
assustado como uma
flor silvestre
e, intimamente ferido
no dentro do sonho
de alguma noite fria em mim.
brotei-me em flor e rabiscos
em espaços, luz e dor.
a violência dos homens
é mesmo uma questão de amor
nos longes de mim
nesses espaços interstícios
de minha fome, não há cor.
desejo dias melhores para o meu povo
risos e pães fartos à mesa
uma sombra junto á bananeira
e se deus me permitir uma mais delicadeza
haja flores em canteiros
para que brote , lindo
o meu povo.
meu povo precisa de flores e só!
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