Começo a conhecer-me e, desconheço-me.
Sou o intervalo do que penso ser e o desejo do Outro,
Ou o meu desejo era esse desejo
Que não mais desejo?
Sou quem me ignoro e, ignorado choro.
No infinito afora, den´de mim, vago
Infortunadamente
Como cego ao sabor do vento inóspito
Desassossego-me
E meu corpo me grita: Pára!
Cansado de não ser quase nada
´inda me resta alguma estrada
Ou o nada pra eu me banhar e, dormir.
Ah! Como é bom dormir ao barulho do mundo
E sonhar coisas de bem dentro, ao fundo
Que nem é mais tão imundo.
Começo a conhecer-me e, apresento-me
Sou eu mesmo diante do espelho à voz do Outro
Mas eu sou um outro
Ante muitos poucos
Quem sou é quem reconstruo
E reconstruído, falo
Calmamente meus espaços vão se encaixando
E minha angustia me mostrando outros espaços
Den´de mim.
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