(19/07/10)
Eu não mereço coisa alguma desse mundo
e nem o quero.
Eu só quero o que me andam
os meus próprios pés
e, animado por minhas proprias vicissitudes
rendem-se a mim
como os barcos ao convés.
Deste mundo nada me detém
nada me contém,
nada me abstém.
Tudo o que eu quero é habitá-lo
e só.
Redesenhá-lo em suas imensidades
nos redemoinhos longínquos den' de mim
e onde houver só vazio,
fantasiá-lo em meu desejo de ser o mar.
Astronauta estrangeiro deste mundo
sou eu mesmo a cantar suas belezas
e, mesmo em face de tanta delicadeza,
sou eu mesmo a estragar.
Eu não mereço coisa alguma deste mundo
mas ele teima em mim, de mim, me dar.
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