quarta-feira, 11 de maio de 2011

AMOR EM EXASPERAÇÃO

eu habito
nas reticências das frases de amor,
no mal terminado sonhos
dos apaixonados,
nos devaneios.
repouso minha tez
na alegria do bem lembrado,
nas reminiscências
de anos em flores,
nos cheiros, nos sabores
no intercalado.

eu conspiro
contra a lágrima caída de horror
contra o susto dos abandonos
dos desesperados;
contra a dor.
e revogo meus votos
de crescer, crescer e amar
e por amar mais, sofrer
sonhos aos arredores
vãos, como os dissabores
e não querer acordar.


eu sou o espaço onde reina a ilusão
o espaço entre o sono e o sonhar
da criança o seu brincar
eu sou a escuridão
prece muda de alguém rezar
canção de ninar
chama acesa de algum penar



eu resido
entra a retina e o clarão
sou a seiva bruta da planta
consubstanciando luz em pão,
sou do ar a transformação
sou a voz da vida.
íntima como a pele a roupa
como a morte e a sua busca louca
eu sou o que há de estar
na imensidão
eu sou o que dá vida à solidão
eu sou todo amor
                  em exasperação!


Um comentário:

  1. Thiago, este é um grito da vida que se quer eternamente no brincar; ainda que para isso haja que ser amor em exasperação. Abraços com ternura; Jorge

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