segunda-feira, 20 de junho de 2011

OS ROSEIRAIS





Antes,
eu era jardineiro
e vivia a vida
podando rosas
e limpando quintais inteiros
          [e o sol batia forte na cabeça
          e só minha sombra contemplava a beleza
                     dos roseirais]

Depois,
virei psicólogo
e continuava
a podar rosas
tão envoltas em seus monólogos
          [não havia mais sol, nem escuridão
          só uns olhos assustados na solidão
                    dos roseirais]

Hoje,
sou poeta
e, só recolho
as rosas caídas
dos sonhos que o amor secreta
          [faço o sol, invento a dor, germino
          cuido bem das palavras e me termino
                    como os roseirais]



Só há imensidão no incognoscível vão entre os roseirais!

Um comentário: