... para uma (pro)esia social-comunitária
Ela, pequenina, chegou com a cabeça cheia de piolhos.
Eu com confusões e ela com piolhos.
Ambos nos corroendo.
Andavam livremente em sua testa,
parque de diversões que eram,
pareciam nos olhar
fixamente, por um instante
e, depois continuar a brincar, os piolhos.
Ela, pequenina, também parecia nos olhar.
Olhava
fixamente, por um instante.
Desconcertante olhar.
Outras crianças também percebiam o olhar
dela, pequenina, e do piolho.
Mais dois segundo e o olhar destes virariam chacota
para ela chorar.
E os piolhos já dançavam em sua testa!
Ai meu Deus.... (pensar)
Súbito fingi pegar o piolho,
(Fingi)
Para lhe assustar, esparramar os cabelos para ele
parar de corroer a pequenina,
para minhas confusões pararem de me corroerem
para as crianças correrem...
Mas ele estava (ilusoriamente) na minha mão.
Que fazer?
Deus de novo (e pensamentos)
Num átimo, levo-o à boca e finjo comê-lo
___ Aaaaaahhhhhhhhh - diziam as crianças piolhentas -
Você come piolho?
___ Pois que não... um doce só que é, é bom.... come não? Igual Içá!
___ Eu não. Aaahhhhhhhh!!!!
Ufa
Elas correram!
...
Três horas depois, de tanto correr...
a pequenina, com um piolho entre os dedos, feliz:
___ Tio, Tio, trouxe um que achei aqui, para você comer!
2-12-10
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