[...] Mas somos muito milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
Ferreira Gullar
Eu, sinceramente
não acredito!
não acredito em instituições
constituições
abolições
Eu não acredito
em panfletagens que hipnotizam
no marketing que aprisiona vidas
em rezas, santos e humanidades
Eu acredito na fome
que esconde debaixo da roupa o macarrão
na falta de educação
... e na dor no estômago!
Eu acredito no palavrão
mandando para a puta que pariu
um dia a mais que surgiu... e toda a dor,
a mãe pinguça vista no educador!
Sinceramente,
não acredito em salvação
sem que antes seja dado o pão,
a mão
o não,
... e um lugar à ceia dos bons...o anel , que seja,
Eu não acredito nem
no Cristo pregado na cruz
mas segurando a mão do moleque assaltante
pr´ele levar só o dinheiro e não jogar avante
alguns restos de sonhos de realidades... e o sorriso!
Eu acredito na mentira
contada a custas de ser visto, acolhido
quiçá agredido, mas mesmo assim visto
eu acredito no não-dito, só isso!
Eu acredito em pichações
nos drogaditos pedindo um seio,
nas balas compradas a esmo
... e lançadas na próxima esquina...ao sabor do medo
com o mesmo esmo,
com o mesmo medo...
Eu só acredito
no olhar dessas crianças!
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