sexta-feira, 29 de abril de 2011

O TEMPO

                         sobre o poema de Juliana Ciciliati





eu não quero saber
da finitude
ou da
infinidade do tempo

não quero o indecifrável
quero o incognoscível

nem tampouco quero viver
como quem sente
ou define
quero multiplicações

[indefinições
infinitas ações]

eu não quero saber
se a amor valeu
ou se
acabou em flor

não quero o imperecível
quero o imponderável

e,
se há dor
se há horror
se há amor
sossego-me
e deixo passar

[o tempo cura as feridas]


eu não quero saber
da finitude
ou da
infinidade do tempo

do tempo eu quero
o incognoscível
o imponderável

[do tempo eu quero
a plenitude]
e, se houver alguma eterna espera
eu espero





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