(para alguém que anda me assombrando os sonos)
I
Você me assombra
feito fantasmas bons
a me confundirem
e eu gosto do caos!
II
entre você e eu
um tempo, um silêncio
transparente
que guardam os desejos
e os medos.
desejo beijá-la, e você a mim
e alguma trava
nos põe fim
entre seu-olhar-e-o-meu
um acalanto, afeto... e os momentos são tão incertos,
que assusta
fiquemos onde estamos
a nos olharmos, simplesmente
poupando-nos do fascínio
de sermos um-só-somente.
III
se os desencontros pedem
para que desistamos das possibilidades dos encontros
e, cansados, voltarmos
aonde já não mais nos resta estarmos
e se a confusão conclui
na conveniência da perversidade da obstinação
e, decepcionados pararmos
na decisão de se nos afastarmos
e se assim mesmo surgirem
tantas outras horas de um olhar entrecruzados de ardor
e, outras luzes apagarmo-nos
dificultando a tez de nos olharmos
rebelemos.
... hajam sonhos no íntimo da esperança...
... hajam socos na cara da destemperança...
... hajam possibilidades de uma criança...
e a arrebentação de mais um dia nos vermos
pois não há limites para o incognoscível!
IV
Perto de você eu falho
Emudeço
Tardo em amanhecer-me outra exatidão
E, no entanto, ardo.
Perto de você eu calo
Exalto
Queimo empalidecer-me alguma sensação
E, no entanto, migalho.
Perto de você eu falo
Espanto
Rubro (des)concertar-me, minh´ invenção
E, assim, renasço.
Perto de você eu sonho
paralizo
Brinco adulterar a minha fascinação
sem querer, apaixono.
pois que há tanto mistério no feliz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário