sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SAMBAS DE ADEUS

I

eu, que por muito procurei teu colo, em abandono
eu, que gritei tantas vezes que foste um erro
e que me arrependo do anel em teu dedo
e em noites frias afastava o meu desejo em sono

hoje penso indeciso com meu arrependimento
sinto o doce fel cortar-me os brios, sua revanche
deves estar feliz, “a mesma moeda” – o seu lance
a pensar desconcertar meus sentimentos

erro foi, mas não me causas mais tormento
amor mal começado, em si, não faz mau tempo
não tem força sequer para uma exasperação

algum aprendizado sempre traz, alguma lição
sigo sonhando com outras moças, mas já não caio em vão
e se tu ris de ter me dado o troco.... sou eu que rio e digo: não!


II


se errei tanto
por tentar entender
os teus olhos nos meus
só me resta dizer adeus
e outras plagas correr
mas jamais deixar de errar
por tentar entender e rimar
alguns olhos aos meus
e quem sabe neste
vai-e-vem dessa busca
descobrir algum amor
e de este ser meu

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