Nos entremundos de mim
há muitos vazios.
Alguns poucos sombrios,
outros, de sereno desalinho,
e, de resto, muitos, de sorrisos.
Nesses entremundos
não há espaço para verdades concretas
nem metafísicas ilusões.
Há só escuridão
e sussurros.
Nos entremundos de mim
há uma esperançazinha acovardada
que me teima em seguir avante
mesmo que não haja adiante,
mesmo que seja só por algum instante.
Não há descaminhos.
Só um ninho
tecido de pensamentos e brumas,
devaneios
e sonhos.
Os homens têm muita precisão de água
pra matar a sede, a sujeira e o tédio.
Eu tenho muita precisão de mim,
Pra não morrer.
Nos entremundos de mim
há muitos rostos enterrados,
há muitas rotas encobertas,
há poucos medos assustados.
E nesse vai-e-vem de caos de mundoseu sigo, entre a beleza e a certeza.
Só. Nu. Encantado em minha delicadeza.
Poeira que sou de algum amor,
jardim em flor
e vento.
Thiago, bingo! belíssimo, abraços: este é digno de nossos maiorais. Abraços, Jorge
ResponderExcluirThiago , este belo Poema me faz pensar no Existencialista Martin Heidegger .Reflito no " descaimento" " e na recuperação do ser".Não esqueçamos Ortega Y Gassset;" Eu sou eu e minha circunstância ".meu abraço fraterno.
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