terça-feira, 1 de março de 2011


se os pássaros não puderem mais voar
e os arranha-céus encobrirem as cores do luar

se as promessas de amores já não mais forem possíveis
e se o infinito da saudade um dia tiver fim

se os casacos em tardes frias não mais esquentarem
e nem mais existirem abelhas para levarem o pólen

se as mães e pais, pela morte, se nos abandonarem
e se a chuva não mais puder nos banhar, por sujas

e se deus se transformar em níqueis esbranquiçados
e as janelas já não mais se abrirem na alvorada

se a fome de arte e justiça perpetuar no estômago
e se não houver mais hóstias e risos para matar a fome

se os cigarros e as bebidas não nos fizerem vivenciar a vida
e os carros não mais diminuírem as distancias dos sonos

e se o mar não mais tiver a função de nos limpar a aura
e as cadeias continuarem a dizimar fetos em demônios

se se acabarem com os jardins e as cachoeiras
se as crianças não mais puderem chorar quando nascerem


produzamos outros jardins,
          com nossos braços de elefantes
                   e nossos sonhos de correntezas


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