Quero ser poeta dos pobres
dos travestis
dos vagabundos.
Quero que minha poesia
alimente os pedreiros nas construções
alivie o enjôo das mocinhas nas conduções.
Quero que minha poesia
esteja escrita nos postes onde mijam os cães
onde trepam os desvalidos para roubarem as ligações elétricas...
Quero que minha poesia
refresque a goela nos dias de praia
esteja no espaço eterno dos olhos dos namorados.
seja um guarda-chuva, ou seja a chuva
seja a erva que se espalha sobre o jardim, seja o jardim.
Quero ser poeta dos doentes
dos aflitos,
dos drogados.
seja semente que esparrama algum pecado
converse com espíritos, magos e retardados
Quero ser poeta dos ricos
dos pobres,
dos travestis
e dos trabalhadores.
Uma poesia que rasteje nos campos,
vagueie incólume pelos enunciados
e invente novas vidas, novos rumos.
Thiago, maravilhoso.... esta poesia é um caminho, um trajeto de vida, vida libertário na ternura da compaixão. Bravo, guerreiro.
ResponderExcluirAbraços com carinho, Jorge