terça-feira, 1 de março de 2011

TRANSAMBAS OU POEMAS CATIMBOZEIROS

híbridos monólogos
singulares diálogos

e
outras
rupturas


rizomas.


  


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MANIFESTO DA POESIA CATIMBOZEIRA


Há mais saúde nos terreiros de candomblé - e nas umbandas – do que em todos os programas sociais para crianças e adolescentes desvalidos, em solo brasileiro.
Isso é fato!


Assim como há mais poesia nos paralelepípedos que pisamos e nos tijolos das casas, do que nas Academias de Letras.
Isso também é fato!


Para uma poesia que conflui o passo, o andar, e chão e o vento, sem se descurar o músculo da perna, os glóbulos sanguíneos, nem tampouco o corpo astral e as constelações... ah... e a folha que cai lá no Japão.
Unimiltiplicidade. Plurimonológica.
Fixa de conexões e tradições.
Catimbó.


Poesia feita de nomes, só de nomes.
De pedacinhos de areia, de praias, de linhas.
Sem significantes, significâncias, só ânsias de vômito e algum assombro social.


Rizomática
Deleuziana e, no entanto, sem Deleuze.
Floresta da Tijuca e Piracuamas.... e Bethania cantando.
Transambas e outros temas.
Catimbó.



Para uma poesia sem métrica, beleza, espaços em brancos.
Filha do marginal, do casto, da puta, das igrejas e dos despachos nas encruzilhadas.
Produto da marreta e dos explosivos.
Catimbó.


Mas que fale de amores, de bons encontros, de música e outras formas de ser.
Criações, recreações, procriações, ações, inações, imaginações, armações e produções. Cordel e Hollywood.


Corpo sem órgãos e sem luz.
Desejo. Máquina. Desejo. Pulsão como o tesão.
Como a flor a sair da semente.
Como o desejo.
Unimiltiplicidade. Plurimonológica.
Fixa de conexões e tradições.
Catimbó.


Há mais poesia nos decreto-leis dos deputados que nas bibliotecas.
Há mais poesia das ferraduras dos cavalos dos sertanejos e nos cachimbos dos drogados do que nas linhas dos poetas.
Isso também é fato!


Catimbó.
Transambas.

  

     

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