quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

À- DEUS (ou ninguém ressuscitará ao 3° dia )

Mecha de cabelo ofuscando o papel
Correm olhos:
a-terro-risados


- N`algum lugar deve haver pombos!
Dentre gritos de silêncio
- de silêncio de pavor
Engatilha-se a metralhadora dos desejos,
Sem dó


UM BEIJO.
Metástases de guerras
Quando sê-las já não era – vão.
Lágrimas cálidas de esperanças
Oco da lembrança jaz
Imune a voz inume.

Árvores negras avermelhadas
Fazem-se ninhadas pra pombinhos brancos sós
A lua e sua noite/casca de trovão.

Cai outro
e outro
e outro.

Sobe uma luz.

Eletricamente atraída por mosquitos
Esquisitos

Siglas de impérios/misérrimos mistérios.
Jornal robusto dum sangue. Pouco.
Bang bang numa mão
Rosas de bombas e o coração na outra.

E correm homens verdes de suas balas.
Não é Cosme e Damião.
Mortífera bala de deus
À-Deus.

Ergue-se-nos outra luz. Outro cai
E mais outro, e outros, e todos.

Lembra da mãe
sorrindo ao som
A fruta no capim... do campo .
..

... DE CONCENTRAÇÃO

Honra ao mérito homicida
Nossas Senhoras suicidas nas esquinas
Omissa
forma de vida.

Disto surge a paz.

Dos estilhaços de pranto e pernas de encanto
Expulsa-se o bicho homem lindo. Criança.



A paz.
E ela chora!.

Um comentário:

  1. Não consigo imaginar a paz, tão falada e tão cantada hoje em dia, senão vindo de uma criança... por isso quis retratar o nascimento de uma criança no meio do caos da guerra para mostrar que, apesar da maldade, existe a bondade... não há nada tão mau que impossibilite que o bem surja.... não há escuridão que não pressuponha a luz....

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