quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

LUTO

Minha poesia está de luto!

De luto pelos que morreram sem estarem vivos,
e pelos que, vivos, não puderam morrer.

Pelos 11 de setembros
Mortos do Afeganistão, mortos do meu sertão,
De fome, sede, de letras e amor,
e pelos desaparecidos da ditadura.

Minha poesia está de luto pela morte da lua.
Pelas sondas estelares como supositórios a me doer.
Pelas crianças que pelas ruas não podem mais correr.
Está de luto pela delicadeza que se foi.
Pela beleza que se foi.

Quero uma poesia militante, humilhante, delirante.
Futurista do original de toda tradição,
No aqui afora do impossível de cada instante.

Mas minha poesia está de luto.
E carrega no braço esquerdo uma faixa preta,
Mas na mão direita uma folha branca...

E vai, cheia de delicadeza.

Um comentário:

  1. Nossa Thiago! Não sabia que você tinha um blog e nem que escrevia assim. Estou gostando muito. Beijos Isabele

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