quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

YABÁ




(poema winnicottiano)




Meu Deus não é homem, nem mora nos céus
Meu deus é doce, puro, mulher/que encontro quando passeio no mar
Na relva e também na parabólica.
Ela me dá colo, tão doce, é mãe
E me nina quando tenho vontade de chorar.
Não fala nada
Dança suave, ó doce mãe
E me ensina a me cativar
A caminhar.
Meu Deus é feminino
Mulher mãe Maria Janaína
Alvorada Nova e ela é preta
Africana cuja bondade é do tamanho da tristeza.
Minha mãe é rainha
Me firma os passos, segura a minha mão
Farol seguro a minha visão.
Minha mãe é sereia
Deusa dos seios chorosos
Areia que sou
Diante dela
Tudo é luz, cântico, magia.
Deusa da minha vida.
Rainha.

Um comentário:

  1. Realmente, sábias considerações. Winnicott e vc como minucioso pensador, perceberam o quanto a suavidade do feminino, da mãe se coloca em meio a nossa constituição. Seja Deus(ou Deusa), seja mãe, essa figura se revela como ponto de equilíbrio entre a ternura e a força. E qual não é a grande busca humana por equilíbrio??
    Fantástico Thi.

    ResponderExcluir